Finanças Comportamentais
Interseção entre a pscicologia e a economia, deixando de lado a hipótese do "agente racional"
MACROECONOMIA
Rian Tavares
8/30/20232 min read
Se Milton Friedman, um dos maiores economistas da história, estivesse vivo e você o perguntasse sobre qual seria a área de estudo para estudar antes de se aprofundar em economia (ou eventualmente fazer um doutorado), seria psicologia. Para ser sincero, ouvi isso de um professor nos meus tempos de faculdade, mas conhecendo a história de Friedman, não duvidaria de sua autoria nessa anedota. Afinal, o homem foi icônico ao emplacar certas frases, como “não existe almoço grátis”.
As pessoas esquecem que as finanças ou economia, por mais matemáticas que se tornaram no tempo, continuam sendo ciências sociais que metrificam o comportamento humano. Que tal entender a raiz da questão, ao invés de analisar apenas o resultado da ação? Formalmente, foi apenas em 1979, com o trabalho em conjunto de Daniel Kahneman e Amos Tversky, que as finanças enfim cederam a sua própria natureza psicológica, com a criação das Finanças Comportamentais. Bem, nada mais justo do que surgir na década de 2 grandes choques do petróleo (1973 e 1979), que abalaram e muito a economia global, gerando o que chamamos da década perdida (anos 1980) em economias como as latino-americanas por conta do choque de inflação e alta alavancagem em dólar dos países.
Com a fusão da psicologia e finanças representada por essa nova área, um mundo inteiro de possibilidades se abriu, principalmente na indústria dos fundos quantitativos, partindo do pressuposto que os maiores ganhos poderiam ser feitos em momentos quando o mercado deixa de ser racional, caindo mais do que deveria ou o contrário. Foram nos anos 1980 que se proliferaram as mesas de arbitragem, como a do Solomon Brothers e LTCM, comandados por John Meriwether (Livro “When Genious Fail”), e de casas quantitativas como a mais bem sucedida do mundo, Renaissance Tecnologies, de Jim Simons (Livro “The Man Who Solve the Market”). Agora, além dos tradicionais value investors (Graham) ou trend-followers (Soros), uma nova classe de investidores com ampla infraestrutura computacional e estatística, com alta alavancagem, se mostra capaz de capturar ganhos no curto-prazo quando os mercados não agem da forma que deveriam agir.

